sábado, 18 de octubre de 2008
UM SONHO NA CASA DA COLINA
martes, 14 de octubre de 2008
O SORRISO
Na manhã de sol na tarde de chuva na noite que cai na madrugada que se vai.
Sorrindo você chega antes pra esperar um sonho pra cantar a vida e brilhar.
Ele enfeita semblantes suaviza tristes expressões é o sorriso quem comanda os fantoches do coração.
Tere Penhabe
domingo, 12 de octubre de 2008
SEXO VIRTUAL
A Internet causou um frenesi nos relacionamentos interpessoais na última década. Por um lado, a rede mundial de computadores facilitou a comunicação: emails, blogs, salas de bate-papo permitem que se entre em contato com pessoas de diversos países em tempo real, de um modo muito mais ágil do que era possível antigamente. Sem contar a possibilidade de se conhecer pessoas com interesses comuns. Listas de discussão e comunidades virtuais são exemplos desse meio de aproximação.
Contraditoriamente a essa sensação de proximidade com os outros, o mundo virtual também contribuiu para que as pessoas se afastassem na vida real. Se antes nós matávamos a saudade dos amigos com um encontro em um barzinho ou em uma festa qualquer, hoje nos contentamos com um "encontro" pelo messenger para pôr os assuntos em dia. A mesma coisa ocorre com as novas amizades ou transas.
Antigamente, o romance só era possível com o olho no olho. Hoje, há quem se relacione sem ao menos ter visto a pessoa - como é o seu caso. Assim é mais fácil viver "fantasias" - no meio virtual não é preciso assumir a personalidade "real". Se você é tímida e "certinha", por exemplo, pode pôr para fora o seu lado mais liberal, já que pode estar protegida sob um pseudônimo.
A ausência de vínculo dilui o receio de sofrer julgamentos, críticas ou mesmo de abalar o relacionamento. Não há por que temer alguém que você não tem nem certeza que existe, certo? Sem entraves é mais fácil extravasar: você não precisa se conter frente à preocupação de "o que ele vai pensar de mim" ou "ele vai se assustar se eu disser isso ou aquilo".
"A AUSÊNCIA DE VÍNCULO DILUI O RECEIO DE SOFRER JULGAMENTOS, CRÍTICAS OU MESMO DE ABALAR O RELACIONAMENTO. NÃO HÁ POR QUE TEMER ALGUÉM QUE VOCÊ NÃO TEM NEM CERTEZA QUE EXISTE, CERTO?"
Com o namorado real, o quadro muda completamente. Vocês provavelmente já criaram expectativas em relação ao outro e o relacionamento, sem dúvida, demanda mais esforço para sobreviver. Não basta simplesmente se encontrar eventualmente em um chat de bate-papo. É necessário contornar a rotina para não cair na mesmice; saber lidar com os defeitos e as limitações do parceiro; superar brigas, desentendimentos, ciúmes; além de manejar as cobranças que surgem pelo caminho. Ou seja: o prazer acaba sendo apenas uma parte de um todo muito mais complexo do que um encontro sexual fugaz.
Com o seu companheiro virtual, impera a fantasia. Nas suas conversas você pode dar vazão a todos os desejos reprimidos, funcionando como válvula de escape. Acontece que não dá para simplesmente colocar a realidade de lado. Você precisa encará-la e descobrir o que está barrando a possibilidade de obter prazer "ao vivo". As possibilidades são inúmeras: pode ser o desgaste do relacionamento, uma inibição sua ou a falta de sintonia com seu namorado, por exemplo. Mas só você pode descobrir. Então, aceite uma sugestão: tente trazer alguns elementos desse prazer virtual para sua vida real e "pagar para ver" o que acontece com o namorado. Não é uma opção melhor do que chutar uma relação para o alto sem nem saber onde está pisando?
"Muita gente estranha quando eu digo que estou inscrita em um site de namoro. Sei que a maioria pensa: 'Ah, coitada, teve de ir para a internet porque está encalhada'. Pois eu digo: isso é ridículo. Nunca fiquei encalhada ou sem namorado na minha vida. O que ocorre é que eu simplesmente cansei de dar tiro n'água. Cheguei a um ponto em que não tenho mais idade nem paciência para ficar contando a história da minha vida ou tentando mostrar quanto sou legal para um zé-ninguém que eu tenha conhecido em um bar. Pela internet, consigo peneirar exatamente as pessoas que procuro, que pensam como eu, que querem o mesmo que eu."
ESTHER JAGOSEHIT, executiva, 30 anos (Foto Claudio Rossi)
Entenda a crise mundial dos alimentos
Para especialistas, não é possível eleger um único 'vilão' para a crise.
Os alimentos estão mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autoridades em alerta e esquenta debates em torno das possíveis causas para a escassez de comida.
Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um “vilão” específico. Segundo especialistas, são muitos os fatores que culminaram no cenário de inflação agravado desde o começo do ano.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, a falta de alimentos ameaça como um "tsunami silencioso", e pode afundar na fome 100 milhões de pessoas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO) os principais fatores que influenciam a alta dos preços dos alimentos são o aumento da demanda, a alta do petróleo, a especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à produção de comida. Saiba mais sobre cada um desses fatores:
Mais demanda, menos oferta
A população mundial está comendo mais. Especialmente nas economias que têm registrado maior expansão, como a da China, que tem 1,3 bilhão de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da procura: os produtos se valorizam no mercado e ficam mais caros.
Alta do petróleo
O preço do barril de petróleo vendido em Nova York e em Londres tem, sim, relação direta com a escalada do valor dos alimentos, já que a agricultura demanda grandes quantidades do óleo, seja no maquinário, tratores, uso de fertilizantes ou transporte, até esse produto chegar ao consumidor.
“O aumento no petróleo também faz com que o preço final dos alimentos fique mais caro”, diz Francisco Carlos Teixeira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, o preço do barril influi diretamente nas commodities agrícolas em duas pontas: na produção e na distribuição.
“Hoje, a agricultura é totalmente industrializada e depende em boa medida do petróleo, usado como matéria-prima para uma série de produtos, como defensivos agrícolas e químicas de preparação da lavoura. Além disso, também movimenta os veículos que transportam as safras agrícolas”, diz Teixeira.
Especulação
Com a queda do dólar, investidores que ganhavam dinheiro investindo na moeda norte-americana migraram para a aplicação em outras commodities, como os produtos agrícolas.
Muitos fundos têm usado as bolsas de mercadorias para especular com a antecipação da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilidade, o que também contribui para valorizar e o preço de commodities como o trigo e o arroz.
Segundo a FAO, os preços internacionais do arroz começaram uma escalada desde o início do ano, depois de subirem 9% em 2006 e 17% em 2007. O preço do produto subiu 12% em fevereiro e mais 17% em março, segundo o índice All Rice Price, elaborado pela entidade.
Condições climáticas
O clima é outro fator que reduziu a quantidade de alimentos produzida no mundo, segundo relatório da ONU divulgado na semana passada.
As condições climáticas desfavoráveis devastaram culturas na Austrália e reduziram as colheitas em muitos outros países, em particular na Europa, segundo a FAO.
Segundo as previsões da FAO, as reservas mundiais de cereais caíram para o seu nível mais baixo em 25 anos com 405 milhões de toneladas em 2007/08, 5 % (21 milhões de toneladas) abaixo do nível já reduzido do ano anterior.
Biocombustíveis?
"Os biocombustíveis são apenas uma gota no oceano desse cenário de aumentos”, diz a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Kahn Ribeiro.
Segundo ela, o caso do biocombustível é particular do etanol fabricado a partir do milho dos Estados Unidos. "O milho é uma cultura alimentar e, de fato, começou a haver um desvio da produção de milho com finalidade para alimento para a produção do etanol", diz.
Com a redução da oferta de milho subiu o preço dos derivados, o que começou um processo em cadeia; aumentou o preço da ração dos animais e, conseqüentemente, das carnes. "No Brasil (onde o etanol é feito a partir da cana-de-açúcar) a realidade é bem diferente; tanto que, no nosso histórico dos últimos 30 anos, aumentamos a produção não só de etanol, mas também de alimentos", diz.